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capa do ebook PENSAMENTO, CRIAÇÃO ARTÍSTICA E CRIAÇÃO HUMANA

PENSAMENTO, CRIAÇÃO ARTÍSTICA E CRIAÇÃO HUMANA

Como responder ao momento presente, implica, do meu ponto de vista, voltar a (Re)Pensar: pensar sobre o acto criativo, sobre o conceito de originalidade humana e na complexidade da dialéctica do mundo da criação artística. Pensar no momento presente e nas relações recíprocas entre a dialéctica da arte: relações ente Arte e Vida, Arte e Natureza, Arte e Filosofia, Arte e Ideal, Arte e Ciência (Ordens criativas, ordens estéticas, ordens naturais, ordens sociais, ordens culturais, ordens éticas, ordens temporais).  (Re)Pensar o sentido de voltar a entrar na proximidade do humano e da natureza. A criação artística representa um outro entendimento do mundo, uma compreensão mais humana - é por natureza humana - porque tem origem no nosso corpo, há um corpo. A criação que faz transgredir a temporalidade e a espacialidade no sentido do mais humano, no amor à vida; destina-se a proporcionar novos estados de crença, orientado a posição dos novos problemas, realizando assim a estrutura da acção humana. Propor outros caminhos, pela experiencia do sentir, porque a arte é de carácter ontológico, a emoção é uma movimento do sujeito.  Porque o humano é natureza naturante, a Criação enquanto papel mediador entre o passado, o presente e o futuro, enquanto participação no processo de metamorfose da vida, do caminho que se vai construindo, de fazer ver o invisível, enquanto espírito livre que transgride, no domínio do caminho, e faz surgir, fruto da intimidade que partilha com a vida, anunciando outra vida. Tem vindo a suspender a sua vocação de pensar: pensar a vida, o humano, o natural e o social, porque a arte é profundamente uma ocorrência social; tornando- se, em lugar disso, um mero produto de consumo, em muitos aspectos passou a idealizar a alienação do homem e a reduzir-se a um papel decorativo da vida. Tornando-se incapaz compreender o momento, desvinculou-se do seu papel ético e ontológico, tornando-se sustentada e sustento do consumo, que a impede ver, pensar, questionar o sujeito, de se expor ao desconhecido à diferença e à incerteza, e, em lugar disso, acentua o movimento dominante.  Representa-se com todas as virtudes desse movimento, mas não apresenta outros Huberman, afirma que os povos estão expostos a desaparecer por estarem ameaçados na sua representação política e estética, e até, como acontece com demasiada frequência, na sua própria existência. Os povos estão subexpostos na sombra da censura a que são sujeitos ou, é conforme, mas com resultado equivalente, sobreexpostos na luz da sua espectularização1. O papel da criação artística vai perdendo a sua essência, o sentido de criar um pathos, que pela experiencia do sentir, apresenta outros mundos.  Torna-se necessário (Re)Pensar, pensar a invenção humana, como Fernando Gil designa, o em-curso e outra maneira de dar forma à vida; porque a vida alimenta-se da novidade incessante da acção criadora, em que o sujeito experiencia a duração criadora (durée créatice) e a obra torna-se contemporânea da acção da vida: abrir, ligar, novas ligações entre criação e vida.  Pensar e criar com responsabilidade social, centrada numa ética e numa ontologia humana. Pensar sobre as verdadeiras questões do ser-humano e essenciais à vida humana fora da espectacularização e do mediatismo social e económico. Pensar em profundidade as questões essenciais do humano e criar, criar para a vida, por em movimento uma visão sensível e trágica da vida. 
1 Didi-Huberman, in: A República por vir, arte, politica e pensamento para o Século XXI, Fundação Calouste Gulbenkian. 

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PENSAMENTO, CRIAÇÃO ARTÍSTICA E CRIAÇÃO HUMANA

  • DOI: 10.37572/EdArt_1712227297

  • Palavras-chave: Pensamento, Criação, Arte, Humano, Natureza

  • Keywords: Thinking, Creation, Art, Human being, Nature

  • Abstract:

    How to respond to the present moment implies, from my point of view, going back to (Re)Thinking: thinking about the creative act, about the concept of human originality in the complexity of the dialectic in the world of artistic creation. Thinking about the present moment in the reciprocal relationships between the dialectic of art: relationships between Art and Life, Art and Nature, Art and Philosophy, Art and Ideal, Art and Science (creative orders, aesthetic orders, natural orders, social orders, cultural orders , ethical orders, temporal orders). (Re)Think the sense of re-entering in the proximity of human being and nature. Artistic creation represents another understanding of the world, a more human understanding - it is by natue human - because it originates in our body, there is a body. The creation that transgresses temporality and spatiality in the sense of more Human, in the love of life; it is intended to provide new states of belief, orienting the position of the new problems, realizing the structure of human action. Propose other paths, through the experience of feeling, because art has an ontological character, emotion is a movement of the subject. Because the human is natural nature, Creation as a mediating role between the past, the present and the future, as a participation in the process of metamorphosis of life, of the being that is built, of making the invisible visible, as a free spirit that transgresses, in the domain of the way, and makes it appear, result of the intimacy that it makes with life, announcing another life. Has been suspending the vocation of thinking: thinking life, the human being, the natural and the social, because art is profoundly a social occurrence; instead becoming a mere consumer product, in many ways it began to idealize the alienation of the human being and to reduce itself to a decorative role in life. Becoming unable to understand the moment, detached itself from its ethical and ontological role, becoming sustained and sustenance of consumption, which prevents of seeing, thinking, questioning the subject, from exposing itself to the unknown, difference and uncertainty, and, instead, accentuates the dominant movement. Represents itself with all the virtues of that movement, but does not present other Hubermans, affirms that peoples are exposed to disappear because they are threatened in their political and aesthetic representation, and even, as frequently often, in their own existence. People are underexposed in the shadow of the censorship to which they are subjected or, according, but with an equivalent result, overexposed in the light of their spectralization1. The role of artistic creation is losing its essence, the sense of creating a pathos, which through the experience of feeling, presents other worlds. It becomes necessary to (Re)Think, to think the human invention, as Fernando Gil says, the in-progress and another way of giving form to life; because life feeds on the incessant novelty of creative action, in which the subject experiences the creative duration (durée créatice) and the work art becomes contemporary of the action of life: opening, connecting, new connections between creation and life. Thinking and creating with social responsibility, centered on ethics and a human ontology. Think about the real issues of the human being and essential to human life outside of the spectacularization and social and economic mediatism. Think deeply about the essential human issues and create, create for life, moving a sensitive and tragic vision of life.

    1 Didi-Huberman, in: The Republic to come, art, politics and thought for the 21st Century, Calouste Gulbenkian Foundation.

  • Número de páginas: 7

  • António Manuel Rodrigues Oliveira