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O ENFERMEIRO ENQUANTO PROFISSIONAL E PESSOA DOENTE – IMPLICAÇÕES PROFISSIONAIS

Para um profissional de saúde como os enfermeiros que cuidam de pessoas doentes, assumir a condição de doentes e ser cuidado pelos seus homólogos não se revela uma experiência fácil. A adaptação e aceitação deste processo é complicada e o retorno ao trabalho nem sempre é isento de dificuldades, quer do ponto de vista pessoal como profissional.  No sentido de compreender qual o significado que estes profissionais atribuem a estas experiências, elaborou-se um estudo qualitativo com recurso a uma abordagem fenomenológica. Para tal realizaram-se entrevistas em profundidade (15) e foram solicitados relatos individuais (14), analisados à luz da metodologia de Giorgi. Dos dados obtidos e da sua análise identificou-se a estrutura essencial do fenómeno em estudo, constituída por quatro componentes essenciais. Destes destacam-se o Repensar o Mundo Profissional e a Significação Vital e Consolidação Profissional. Constatou-se que esta experiência proporcionou aos enfermeiros a elaboração de um processo de análise sobre a sua vida pessoal e profissional e sobre os sentimentos vivenciados aquando da sua experiência enquanto doentes. Identificaram-se as práticas dos seus homólogos e refletiu-se sobre a sua qualidade e impacto nas pessoas doentes o que, de alguma forma, conduziu a um processo de análise sobre a sua própria prestação na função de prestadores de cuidados. Decorrente deste processo foram identificados aspetos a manter e outros a melhorar no desenrolar da sua prática diária enquanto cuidadores e foi evidente uma reflexão acerca do que se considera mais importante neste processo de cuidar. O momento de retorno ao trabalho nem sempre se revela fácil e exige um conjunto de mudanças e adaptações, tanto do ponto de vista das possíveis limitações decorrentes da doença como dos sentimentos experienciados no papel de ser cuidado. Apesar de ser uma transição difícil, esta experiência revela-se uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

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O ENFERMEIRO ENQUANTO PROFISSIONAL E PESSOA DOENTE – IMPLICAÇÕES PROFISSIONAIS

  • DOI: 10.37572/EdArt_2910242849

  • Palavras-chave: Enfermeiros; Experiência vivida de doença; Retorno ao trabalho, Enfermagem; Fenomenologia

  • Keywords: Nurses, Lived Experience of Illness, Return to Work; Phenomenology, Nursing

  • Abstract:

    For health professionals like nurses who care for sick people, taking on the condition of being sick and being cared for by their counterparts is not an easy experience. Adapting to and accepting this process is complicated and returning to work is not always without its difficulties, both from a personal and professional point of view.  In order to understand what meaning these professionals attribute to these experiences, a qualitative study was carried out using a phenomenological approach. To this end, in-depth interviews were carried out (15) and individual reports were requested (14), which were analysed in the light of Giorgi's methodology. The data obtained and analysed identified the essential structure of the phenomenon under study, made up of four essential components. Of these, Rethinking the Professional World and Vital Meaning and Professional Consolidation stand out. It was found that this experience allowed nurses to develop a process of analysing their personal and professional lives and the feelings they experienced as patients. They identified the practices of their counterparts and reflected on their quality and impact on patients, which in some way led to a process of analysing their own performance as care providers. As a result of this process, they identified aspects to maintain and others to improve in the course of their daily practice as carers, and there was a clear reflection on what they considered most important in this caring process. Returning to work is not always easy and requires a number of changes and adaptations, both from the point of view of the possible disease limitations and the feelings experienced in the role of being cared for. Despite being a difficult transition, this experience proves to be an opportunity for personal and professional growth.        

  • Isabel Maria Ribeiro Fernandes
  • Hélène Ferreira Malta
  • Maria João Almeida Nunes
  • Agostinha Esteves de Melo Corte