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capa do ebook NOVAS FORMAÇÕES COM BIO- E -ÍVORO EM PORTUGUÊS

NOVAS FORMAÇÕES COM BIO- E -ÍVORO EM PORTUGUÊS

A problemática do processo de formação de palavras que envolve a junção de elementos neoclássicos não é recente e, entre outros, Darmesteter (1877), Marchand (1960) e Bauer (1983), já haviam reconhecido que se tratará de um domínio especial, a ser estudado mais aprofundadamente, procurando estes autores delimitar o estatuto dos elementos neoclássicos que ocorrem em determinadas formações e, consequentemente, evitar a profusão de designações, quer as de tais elementos, quer as  do processo em que intervêm. Nos últimos anos, são frequentes as novas palavras do vocabulário corrente em que ocorrem elementos oriundos do grego e do latim, processo de formação que tem suscitado muita discussão, na medida em que para uns se tratará de um tipo de composição e, para outros, de derivação. Os primeiros apontam que não existem diferenças significativas entre este processo e a composição vernácula, enquanto os últimos alegam que alguns destes elementos têm um comportamento semelhante ao dos prefixos e sufixos. Partindo de unidades em que ocorre bio- (biociência e biodegradável, ...) e ‑ívoro (alfacívoro e energívoro, ...), um dos aspetos que se procurará explorar no que diz respeito aos elementos neoclássicos está relacionado com o facto de em latim e em grego eles serem lexemas, deixando posteriormente de terem autonomia e passando a ocorrer unicamente junto de elementos do mesmo tipo, enquanto na neologia da língua corrente alguns deles funcionam (exclusivamente?) ou como prefixos ou como sufixos. Assim, procurar-se-á argumentar que bio-, elemento que nas novas formações ocorre exclusivamente em posição inicial e se solda a palavras, e -ívoro, que se solda à direita de um radical vernáculo, em nada se distinguem atualmente dos afixos do português.

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NOVAS FORMAÇÕES COM BIO- E -ÍVORO EM PORTUGUÊS

  • DOI: 10.37572/EdArt_29012127914

  • Palavras-chave: morfologia, formação de palavras, composição, derivação, elementos neoclássicos

  • Keywords: morphology, word-formation, compounding, derivation, neoclassical elements

  • Abstract:

    The debate on the word formation process that involves the junction of neoclassical elements is not recent and, among others, Darmesteter (1877), Marchand (1960) and Bauer (1983) had already recognized that probably it is a special domain, that needs to be studied more deeply, what leaded these authors to try to delimit the status of the neoclassical elements that occur in certain formations and, consequently, to contribute to avoid the profusion of designations, both of those elements and of the process in which they occur. In recent years, new current words formed by elements of Greek and Latin origin are very frequent and this is a word- formation process that has given rise to much discussion, as for some it will be a type of compounding and, for others, a derivation process. The first authors point out that there are no significant differences between this process and the vernacular compounding, while the second claim that some of these elements behave similarly to prefixes and suffixes.Taking some units in which bio- (biociência e biodegradável,...) and ‑ívoro (alfacívoro e energívoro, ...) occur, one of the aspects that will be explored with regard to the neoclassical elements is related to the fact that in Latin and Greek they were lexemes, later they lost autonomy and began to occur only with elements of the same type, whereas in the neology of the current language some of them sometimes (exclusively?) occur either as prefixes or as suffixes. Thus, it will be argued that bio-, an element that in the new formations occurs exclusively in the initial position and is added to words, and -ívoro, which attaches on the right of a vernacular stem, are currently not distinguished from the affixes of the Portuguese language.

  • Número de páginas: 11

  • Maria do Céu Caetano