CORPO CAIÇARA E SUAS RAÍZES
O Caiçara é a positivação contemporânea que busca reverter este imaginário antigo de certo caboclo indolente e preguiçoso. A imagem medieval do camponês ladino, Pedro Malazartes, vivendo na contemporaneidade. Em Raízes do Brasil encontramos esse Malazartes brasileiro descrito como signo de uma identidade negativa, avesso de um bom trabalhador da sociedade moderna, no qual o autor enxerga refletidos os valores culturais de uma aristocracia rural abastada, construídos sobre um indianismo literário romântico, representado em sua ociosidade, sua aversão a todo esforço disciplinado, sua imprevidência, sua intemperança, seu gosto acentuado por atividades antes predatórias do que produtivas. Então, como pôde o Caiçara contemporâneo tornar-se signo de um povo da floresta no século XXI? Por que ele é elencado na nova ordem ecológica do bom manejo da natureza? Exatamente estas metamorfoses da sociedade e dos indivíduos, narradas por personagens segundo os documentos recolhidos, são a linha de condução deste artigo. Ele se organiza pela observação dos atores sociais envolvidos em uma política patrimonial que mobilizou artistas, cientistas e lideranças comunitárias no início do século XXI.
CORPO CAIÇARA E SUAS RAÍZES
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DOI: 10.37572/EdArt_29062139211
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Palavras-chave: Canção, Caiçara, História, Mata Atlântica
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Keywords: Song, Caiçara, History, Atlantic Forest
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Abstract:
Caiçara is the contemporary positivity that seeks to reverse this old imaginary of a certain indolent and lazy caboclo. The medieval image of the rogue peasant, Pedro Malazartes, living in contemporary times. In Raízes do Brasil we find this Brazilian Malazartes described as a sign of a negative identity, the opposite of a good worker in modern society, in which the author sees reflected the cultural values of a wealthy rural aristocracy, built on a romantic literary Indianism, represented in his idleness, his aversion to any disciplined effort, his unpredictability, his intemperance, his accentuated taste for activities that were predatory rather than productive. So, how could contemporary Caiçara become the sign of a forest people in the 21st century? Why is it listed in the new ecological order of good management of nature? Exactly these metamorphoses of society and individuals, narrated by characters according to the documents collected, are the guiding line of this article. It is organized by observing the social actors involved in a heritage policy that mobilized artists, scientists and community leaders at the beginning of the 21st century.
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Número de páginas: 15
- Bruno Tavares Magalhães Macedo